Quem esteve no sepultamento do jovem WINDSON MIRANDA na semana passada no último dia 31 de JULHO, viu centenas de pessoas, familiares, amigos de infância, da escola e dos grupos culturais que o jovem participou. Viu uma comunidade lamentar a perda de um dos seus filhos queridos, viu uma família aleijada pela insanidade da violência, viu jovens perplexos diante de um futuro interrompido de forma tão precoce e injusta, viu uma cidade enterrar sonhos de uma vida promissora e de realizações que não irão acontecer.
Dentre tantas manifestações de carinho, de dor pela perda, dos desmaios coletivos, dos gritos de desespero, das músicas e palmas para homenagear aquela grande vida vivida em 15 anos, o pai, o mestre de capoeira WASHINGTON, cantou uma música do universo folclórico da capoeira no último momento antes de ser selada a carneira do cemitério: " Quando o meu filho nascer...Vou perguntar a parteira, que é que meu filho vai ser..O meu filho vai ser Capoeira..Capoeira capú".
Windson Miranda foi capoeira sim, como o pai disse ao nascer, mas foi mais que isso, foi cantor, foi músico, percussionista no Zambiâ, foi dançarino; foi um artista da vida e por isso deixa tantas saudades, deixa um vazio em quem o conheceu, mas deixa um legado de uma história tão longa, com tantas coisas a serem ditas em tão pouco tempo de vida nesse mundo.
POR RICARDO VIEIRA
Grande carinho, que o espirito de Deus esteja com toda a família.
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