domingo, 7 de setembro de 2014

Cerca de 5 mil exames que detectam tuberculose deixam de ser feitos só na Bahia. Lauro de Freitas e demais cidades da RMS esta entre as cidades baianas com maior número de casos da doença


Entre as cidades baianas com maior número de casos estão Salvador e toda a Região Metropolitana 

Desde o início deste semestre, a Bahia e todo o Brasil não estão conseguindo realizar os exames de contato que permitem identificar a presença da tuberculose em pessoas que não apresentam os sintomas da doença. Isso porque o laboratório dinamarquês SSI, responsável pela produção do exame de contato conhecido como PPD, suspendeu a produção, gerando uma crise em diversos países.

Na Bahia, desde o início de julho, a rede pública não tem recebido o material necessário para fazer os testes. Segundo Conceição Rios, sanitarista do Grupo de Trabalho do Programa Estadual de Combate à Tuberculose, em períodos normais são realizados em torno de cinco mil exames por mês. “É claro que essa situação cria um impacto significativo, especialmente para tratar as infecções latentes”, diz. 


De acordo com o médico Eduardo Martins Netto, pesquisador da Universidade Federal da Bahia, o PPD serve para rastrear a infecção em pacientes assintomáticos, como filhos de pais que tiveram a doença. “Sem esse identificador da doença fica complicado saber o real estado de saúde daqueles que não apresentam sintomas, embora estejam infectados”, completa.

Em nota, os porta-vozes do Ministério da Saúde (MS) garantem que trabalham na busca de uma solução alternativa. Para os pacientes com suspeita e sintomas da doença, o MS ressalta que o Raio-X e a baciloscopia (exame do escarro) continuam sendo realizados nas unidades de saúde do todo o país. “Além disso, está em fase de implantação, pelo Ministério da Saúde, do teste rápido de tuberculose em todas as unidades da federação”, reforça o comunicado oficial. Na próxima terça, dia 9, haverá uma reunião em Brasília para discussão das estratégias que serão adotadas no enfrentamento da falta do PPD.


Entre as cidades baianas com maior número de casos estão Salvador, toda a Região Metropolitana (Itaparica, Dias d’Ávila, Lauro de Freitas, Simões Filho, Camaçari, Candeias, Madre de Deus, São Sebastião do Passé, Pojuca, São Francisco do Conde, Mata de São João, Vera Cruz), Jequié, Itabuna, Ilhéus, Porto Seguro, Teixeira de Freitas e Feira de Santana. No Brasil, o Rio de Janeiro é o estado da federação com maior número de casos da doença, seguido por Amazonas, Mato Grosso e Pernambuco. 


A tuberculose é uma bactéria transmitida de pessoa para pessoa através da inalação das gotículas de saliva ou tosse de pessoas contaminadas. O agente causador da doença pode ficar suspenso no ar por algumas horas, principalmente se o ambiente estiver fechado e com pouca luz. Segundo Eduardo Martins Netto, a doença só se desenvolve se houver queda nas defesas do organismo. “Pessoas com idade avançada, desnutridas, que fazem uso contínuo de corticoides, transplantados, DIABÉTICOS, portadores de HIV, renais crônicos são mais susceptíveis à tuberculose”, explica o médico.


Atualmente, no país, é utilizada uma combinação de medicações para tratar a tuberculose. No chamado esquema tríplice ou esquema 1, há a junção das substâncias rifampicina (R), isoniazida (H) e pirazinamida (Z), mas outras associações podem ser feitas caso essa não surta resultado. O tratamento não exige hospitalização e deve ter duração de seis meses, oferecendo uma chance de cura próxima de 100% quando seguida regularmente nesse período. Todos os medicamentos são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde em seus postos municipais de atendimento, gratuitamente.O tratamento da tuberculose não exige que o paciente se afaste do trabalho ou do convívio familiar. A vacina contra a tuberculose, a BCG, confere por volta de 75% a 85% de proteção contra formas mais graves da doença.

Sinais 
Tosse persistente com catarro amarelado por mais de três semanas, presença de sangue, febre baixa ao entardecer, PERDA DE PESO, suores à noite, falta de apetite e sensação de fraqueza são indicadores importantes da tuberculose pulmonar e é fundamental que, nesses casos, se procure um médico.

Fonte: Correios da Bahia

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