Geovane Mascarenhas
Os três PMs envolvidos no desaparecimento de Geovane Mascarenhas de Santana, 22, foram identificados nesta sexta-feira (15) pela Polícia Militar e ficarão detidos no Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas.s. São eles: o subtenente Cláudio Bonfim Borges, comandante da guarnição, e os soldados Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende — todos lotados na Companhia de Rondas Especiais da Baía de Todos os Santos (Rondesp/BTS).
A juíza Ângela Bacelar, do 1º Juízo, da 1ª Vara do Tribunal Júri decretou a prisão temporária por 30 dias. Segundo a polícia, Jailson e Jasimiel já respondem a processos judiciais nas 1ª e 2ª Varas de Justiça por auto de resistência — quando agentes de segurança matam em alegados confrontos. Os dois estão lotados na PM há pelo menos 11 anos. Já Cláudio, policial há 21 anos, é o único que não tem o nome associado a ações judiciais desse tipo. Ontem, os policiais prestaram depoimento na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) até as 21h.
Segundo o advogado de Cláudio, Luciano Pontes, o policial negou envolvimento no sumiço de Geovane. “Ele contou que, depois da abordagem, Geovane foi liberado próximo ao (Atacadão) Recôncavo. A viatura foi embora e Geovane seguiu com a moto”, relatou.
A assessoria da Polícia Civil informou que a prisão preventiva permitirá que as investigações sejam aprofundadas. Além das imagens registradas pelas câmeras de segurança - que mostram o momento da abordagem - depoimentos teriam servido para que a polícia pedisse a prisão preventiva.
O Correio da Bahia teve acesso aos dados de GPS que mostram o deslocamento da viatura minutos antes e depois da abordagem. Às 16h57, os PMs chegaram à Rua Leão XIII, local da abordagem. A viatura permaneceu no local até as 17h02, quando seguiu pelas ruas Nilo Peçanha e Padre João de Azevedo, retornando para a Avenida Afrânio Peixoto.
Os dados vão até a 0h do dia 3 de agosto, quando o GPS teria parado de funcionar. Segundo o secretário Maurício Barbosa existe a possibilidade de que o aparelho tenha sido manipulado para não registrar os locais por onde a viatura passou horas após a abordagem. “Por experiência, sabemos que policiais envolvidos com crimes encontram mecanismos de inutilizar tanto o GPS quanto a câmera interna. Mas seria uma coincidência muito ruim contra eles que diante de tantas provas o GPS não esteja funcionando”, disse.
Se comprovada a participação dos agentes no sumiço de Geovane, eles poderão ser expulsos da corporação. “Caso isso seja confirmado, iremos retirá-los o mais rápido possível das fileiras da nossa corporação policial militar que tem na sua ampla maioria excelentes profissionais”, enfatizou o secretário.
FONTE: Correio da Bahia
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