15/01/2014 às 08:22 PORTAL A TARDE
Horas após ter registrado queixa, na Delegacia de Brotas, contra uma
vizinha de prenome Marlene e o filho dela, a líder comunitária e
ex-candidata a vereadora Cleonice Cardoso dos Santos, 46, foi executada
com mais 20 tiros, na noite desta segunda-feira, 13, dentro da casa onde
morava, na Rua Pedro Veloso Gordilho, no Matatu. A região faz divisa
com a Baixa do Tubo, em Cosme de Farias.
Segundo ela, a vizinha e o filho, que não teve o nome divulgado e seria
um suposto traficante de drogas da localidade, teriam jogado pedras no
telhado de sua casa. Mãe e filho foram intimados a comparecer à
delegacia no próximo dia 29.
Testemunhas disseram ter visto três homens invadindo a casa. Após a
execução, os assassinos escreveram na fachada a sigla C.P., que, segundo
a polícia, significa Comando da Paz, facção criminosa que a região de
Cosme de Farias. "Talvez eles tenham feito isso [escrito a sigla] como
uma forma de intimidar a comunidade e mostrar quem é que domina a
área", afirma um policial, sem se identificar.
Conforme a Central de Comunicação da Polícia (Centel), no início da
noite, horas antes de ser morta, Cleonice ligou duas vezes para pedir
ajuda e informar que algumas pessoas estavam tentando arrombar sua casa
para matá-la.
Ainda segundo a Centel, policiais da 58ª Companhia Independente de
Polícia Militar (Cosme de Farias) foram acionados. No entanto, ao
chegarem à residência, a porta já havia sido arrombada e Cleonice estava
morta no banheiro.
"Não vi, não sei nem quero saber", afirma, temendo represália, uma
vizinha de Cleonice, ao ser questionada se ouviu os tiros ou viu alguma
movimentação na casa ao lado. A lei do silêncio e o medo imperam no
local.
Atentado e casa à venda
De acordo com o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), Reinaldo Mangabeira, familiares de Cleonice disseram que
ela estava sendo ameaçada e que, em outubro do ano passado, sofreu um
atentado.
"Deram um tiro na janela da casa dela. Ela registrou ocorrência na 6ª
Delegacia [Brotas]. Disseram que depois disso, ela colocou placa de
venda na casa e foi embora, mas retornou", revela.
Por meio da assessoria de comunicação da Polícia Civil, o também
delegado do DHPP, Marcelo Sansão, responsável pela investigação,
informou que a vizinha também registrou duas ocorrências na Delegacia de
Brotas, contra Cleonice, por agressão.
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