quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Líder comunitária é morta no Bairro de Brotas - Salvador, após denunciar traficante

15/01/2014 às 08:22 PORTAL A TARDE


  • Escoltados pela polícia, os familiares de Cleonice retiraram os móveis da casa
Horas após ter registrado queixa, na Delegacia de Brotas, contra uma vizinha de prenome Marlene e o filho dela, a líder comunitária e ex-candidata a vereadora Cleonice Cardoso dos Santos, 46, foi executada com mais 20 tiros, na noite desta segunda-feira, 13, dentro da casa onde morava, na Rua Pedro Veloso Gordilho, no Matatu. A região faz divisa com a Baixa do Tubo, em Cosme de Farias.
Segundo ela, a vizinha e o filho, que não teve o nome divulgado e seria um suposto  traficante de drogas da localidade, teriam jogado pedras no telhado de sua casa.  Mãe e filho foram intimados a comparecer à delegacia no próximo dia 29.
Testemunhas disseram ter visto três homens invadindo a casa. Após a execução, os assassinos escreveram na fachada a sigla C.P., que, segundo a polícia, significa Comando da Paz, facção criminosa que a região de Cosme de Farias. "Talvez eles tenham feito isso [escrito a sigla] como uma forma de intimidar a comunidade e mostrar  quem é que domina a área", afirma um policial, sem se identificar.
Conforme a Central de Comunicação da Polícia (Centel), no início da noite, horas antes de ser morta, Cleonice ligou duas vezes para pedir ajuda e informar que algumas pessoas estavam tentando arrombar sua casa para matá-la.
Ainda segundo a Centel, policiais da 58ª Companhia Independente de Polícia Militar (Cosme de Farias) foram acionados. No entanto, ao chegarem à residência, a porta já havia sido arrombada e Cleonice estava morta no banheiro.
"Não vi, não sei nem quero saber", afirma, temendo represália, uma vizinha de Cleonice, ao ser questionada se ouviu os  tiros ou viu alguma movimentação na casa ao lado. A lei do silêncio e o medo  imperam no local.

Atentado e casa à venda
De acordo com o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Reinaldo Mangabeira, familiares de Cleonice disseram que ela estava sendo ameaçada e que, em outubro do ano passado, sofreu um atentado.
"Deram um tiro na janela da casa dela. Ela registrou ocorrência na 6ª Delegacia [Brotas]. Disseram que depois disso, ela colocou placa de venda na casa e foi embora, mas retornou", revela.
Por meio da assessoria de comunicação da Polícia Civil, o também delegado do DHPP, Marcelo Sansão, responsável pela investigação, informou que a vizinha também registrou duas ocorrências na Delegacia de Brotas, contra Cleonice, por agressão.

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